Toda virada de ano acende em nós aquela vontade de mudar, de
melhorar, e isso inclui também nossa casa. Aquela parede descascando, a porta
de alumínio que ainda falta na área de serviço, a parede da cozinha que
queremos derrubar há tanto tempo pra colocar um balcão no lugar… Afinal,
renovar a casa também simboliza uma renovação da nossa vida.
Só que essa época está diferente: não é apenas o ano que vai
virar mas, também, o governo do país. E quem já é vivido já sabe que esse é um
momento de grandes incertezas no comércio. Como será a nova política econômica?
Como ficarão os juros? Os preços vão subir? E as linhas de crédito? “Ai, ai,
ai, será que faço essa reforma agora ou espero um pouco mais?”
Planejamento sempre foi e sempre será essencial
Se você estava planejando reformar a casa, provavelmente já
estava alimentando uma reserva financeira para fazer isso, não é? Esse é
exatamente o ponto de partida pra qualquer reforma, e pode ser iniciado antes
mesmo de se saber o que vai reformar (da compra de uma porta de alumínioaté as paredes da cozinha). Se você conseguir preservar 10% do orçamento mensal
pra essa finalidade, em alguns meses já poderá comprar os materiais necessários
– enquanto isso, você decide o que será reformado e como. Mas por que 10%?
Essa margem não onera o orçamento, seja ele de que tamanho
for. Se você recebe um salário-mínimo, 5 mil, 10 mil ou 20 mil reais, ela cabe
em qualquer um deles sem causar prejuízos aos compromissos da casa. Isso é
importante: a economia que vai ser destinada à reforma precisa ser compatível
com o orçamento da família. Mas se esse orçamento não estiver permitindo nem
mesmo economizar os tais 10%, talvez seja melhor repensar o momento de fazer a
reforma – ou uma nova fonte de renda, como um emprego secundário (pra não dizer
“bico”).
Custos de material e de mão-de-obra
Nunca perca isso de vista: material e mão-de-obra. Você não
vai conseguir escapar destes dois filões – a menos que você tenha experiência
na construção civil. Comece fazendo o orçamento dos materiais necessários:
cimento, argamassa, areia, tinta, cerâmica, rejunte, lixas, pincéis, porta
de alumínio, todo o necessário. Nada de preguiça nessa hora: passe em todas
as lojas, discuta os preços atuais e a previsão deles para o ano que vem e não
tenha vergonha de barganhar preços. O mercado está em crise, e os lojistas
estão precisando negociar muito para não perderem venda.
Depois, procure indicações de pedreiros bons de serviço.
Dica: não selecione o pedreiro pelo preço, pra não correr o risco de ter que
pagar tudo de novo pra corrigir o mal-feito. Em geral, os próprios lojistas de
material de construção têm profissionais com boas referências e poderão indicar
alguns nomes pra você. Se tiver algum conhecido que reformou recentemente, peça
referências a ele também, inclusive citando os profissionais que outras pessoas
já indicaram pra você; pode ser que alguma dessas referências não seja
exatamente verdadeira.
Dependendo da reforma, pode ser necessário contratar uma assessoria
em engenharia civil, pois pode ser que ela envolva partes estruturais
importantes da sua casa. Se você tiver dúvida sobre essa necessidade, não
arrisque: contrate essa assessoria – mas não sem fazer um orçamento e uma
pesquisa de qualidade antes. Lembre-se: é da sua segurança e a da sua família
que estamos falando agora, e não há dinheiro que pague isso. Coloque esse valor
no orçamento também.
Às vezes, uma reforma que parecia simples e barata passa do
valor que imaginávamos, mas reforma é assim mesmo, sempre nos surpreende. Mas
quando é feita com planejamento, paciência e pesquisa, tudo dá certo. Boa
sorte!
