Mas calma, que não estou falando de vício em drogas. Na
verdade, meu vício deixou de ser em chocolate (sério) pra ser num pãozinho
delicioso, chamado pão semi italiano.
Conhece?
Quem já provou do pão italiano, sabe que ele tem um sabor
mais ácido, como se desse pra sentir o gostinho da fermentação (por assim
dizer). Há quem não goste, mas eu confesso que acho esse gostinho muito
agradável! Só que depois que provei o semi
italiano, deixei de comer o outro. Aliás, acho que deixei de comer todos os
outros!
O primeiro contato
Eu sempre gostei de fazer pão em casa; é um hábito que
peguei da época em que morava com minha avó – uma italianona dessas bem “nona”
mesmo: larga, grisalha, olhos muito azuis, falava muito alto e cozinhava muito
bem. Hoje ela já está tão velhinha que só fica quietinha no sofá, ou na cadeira
que dá vista pro jardim, enquanto minha mãe faz as tarefas de casa pra ela. E
eu continuo indo lá pra fazer os pães.
Um dia eu entrei numa padaria e vi esse pão semi italiano. Como tudo que tem “italiano” no nome me chama a
atenção, pedi um pra provar. E apaixonei! Era diferente dos pães que já
conhecia, não tinha aquele azedinho da fermentação, era estupidamente crocante
por fora e macio por dentro – sem falar do gosto docinho do miolo. Levei alguns
pra casa e minha avó adorou! Tanto que pediu pra comprar todos os dias (e claro
que limitamos a quantidade que ela podia comer, senão viraria uma bola).
Aprendi um truque
E eu, curiosa com receitas de pães, acabei achando a receita
do semi na internet. Era muio parecida com a receita de outro pão qualquer, mas
o que dava a diferença era a execução da receita: no final, um banho de clara
de ovo salgada e uma rolada na farinha. Quase um “pão empanado”. Nessa parte eu
me enrolei e, depois de perder umas três receitas, entendi as quantidades e a
técnica.
Só que a receita rendia poucos pães e, como minha avó queria
desse pão todo dia, não era interessante fazer essa receita diariamente – a
quantidade de ingredientes usada era grande se usada nesse volume todo, e o
gasto com gás também complicaria as coisas. Voltei à internet pra ver se havia
algum truque pra fazer a receita render mais. E achei uma coisa interessante:
mistura pronta! Eu olhei aquilo e pensei: será que presta? A execução era tão
simples que eu mal podia acreditar, e não falava sobre o banho na clara
salgada. Fiquei meio desconfiada e acabei indo à padaria pra perguntar aos
padeiros se aquela podia ser uma boa ideia (sim, sou meio cara-de-pau). Você
nem adivinha: eles usavam exatamente aquela mistura pronta!
Ecco!! Se minha avó gostou dos pães feitos com aquela
mistura, e o processo era tão mais simples... então estava perfeito! De volta à
Santa Internet, comprei um pacote e fiz assim que chegou. O resultado foi
exatamente o mesmo pão lá da padaria, e rendeu que foi uma beleza!
E minha avó não acreditou que era mistura pronta – e ainda
disse que italiano de verdade não usa mistura pronta. Hihihihihi! Mas eu sou
misturada, então tudo bem. ;)
